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Pe. Herbert: “Eu tenho vocês”!

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Aconteceu na Matriz Sagrada Família, na segunda-feira, dia 09 de setembro, a Santa Missa em Ação de Graças pelos 84 anos de vida do Padre Herbert Rohleder, msf. Concelebraram os padres Marconi Nunes Lira, msf e Laurindo Aguiar, msf.

 

Ao fim da Santa Missa, a paroquiana Nilda Cangussu leu uma bela mensagem para o Pe. Herbert, destacando sua importância para a história de nossa paróquia e diocese. Pe. Herbert assim se pronunciou:

“Depois de tantas vezes agradecendo pelas homenagens, o povo talvez cansa um pouquinho. Todo ano um parabéns para você é um sacrifício também. Mas aquele a quem se dirige em momento de agradecimento, pois se não tivesse nada, a gente poderia pensar: “Com 84 anos, já tá suficiente. Vou me retirar para o Sítio Novo, e ficar lá numa clausura, levar muito livro e um aparelho para assistir jogos olímpicos, e de resto me deixam em paz.’ Mas não é aquilo que a mim satisfaz. Estou grato que Deus realmente ainda me dá condições de poder dar uma mãozinha na pastoral, nas celebrações da missa, e se for um caso, muito particular, também para ouvir eventualmente, com a graça de Deus, poder orientar essas pessoas. Eu fico grato realmente pelos trabalhos que me foram confiados desde o início. Foi para mim um grande satisfação.”

 

 

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“Quando eu cheguei aqui eu não sabia nada. Às vezes, o povo brinca comigo. O povo pergunta qual a primeira palavra que o senhor aprendeu. Para brincar, eu disse: ‘Cerveja’. Mas não quer dizer que eu estou fiel a esta palavra, de não faltar nenhum dia da semana de apreciar esta palavra ou que representa. Tem umas brincadeiras que fazem bem. A gente começa com setenta anos a pensar. Já completei hoje oitenta e quatro. Minha irmã disse: ‘Parece que você vai ficar o mais velho da família’. Pois dois irmãos já morreram e tem dois irmãos já arrumando a passagem para outra vida, e ainda estou aqui, tentando fazer o papel de ser útil em uma comunidade tão grande, tão eficiente. Mas uma coisa me chamou a atenção hoje. Um amigo que entrou comigo no seminário, 1953, e depois como outros saíram do seminário, mas continuaram fiéis a este tempo. Criaram um grupo no qual meu amigo padre que sofre de Alzheimer e também de Parkinson, nem me conhece mais. Mas, eu vejo também uma graça nisso. Se ele não tivesse esse sofrimento, eu não estaria aqui não. Não teria deixado ele sozinho. Mas, Deus quis desta forma. E este amigo, hoje mandou uma mensagem, como todo ano faz, ele então menciona que os que participaram deste grupo de seminaristas, mas que no decorrer dos anos, se distanciaram, casaram, foram bem remunerados no exercício de suas profissões, então ele disse, no whatsapp, que nós dois, ele e eu, somos os únicos que ainda conseguem caminhar com as próprias pernas. Eu sinto problemas às vezes, mas por enquanto dá. Outros estão assim: um precisa de cadeira de rodas motorizada, outro não consegue nem mais levantar, o outro meu amigo que não reconhece mais ninguém não pode fazer mais nada, precisa de uma assistência total. Outro herdou uma fazenda enorme naquela época e ele hoje também não tem mais condições de trabalhar, de fazer nada. Então ele diz: ‘Os que tão sobrando é você e eu.’ Então nós temos que trabalhar mais para não dizer que esta turma não fez mais nada.”

 

 

“Só quero dizer que é uma graça de Deus realmente, tendo ainda a cabeça ainda mais ou menos. Sinto muito esquecimento, também fraqueza, mas me perdoem, não lembro todas as palavras que com muita aplicação coloquei na cabeça quando aprendi português. Mas é bom ter este apoio, estas pessoas que acompanham a gente, e ver principalmente estas coisas que falei na pregação. Deus te ama. A você, a você, a você e a mim também. E agora, quero saber, onde Ele não me ama? Perdi minha mãe antes de ser ordenado padre. Perdi meu pai não tinha vinte e cinco anos de padre. Perdi dois irmãos, duas cunhadas. Entretanto, eu podia dizer: ‘Deus não gosta de mim’. Mas, eu tenho vocês! Que como disseram, nós te amamos, nós gostamos de você. A gente precisa também sentir esse amor! Como diz a bíblia, não é suficiente falar eu te amo. Te amo nenhum casamento vai longe não. Mas você tem que amar. E isso é gostoso, quando eu passo lá, comprar meus remédios, encontrando pessoas que nem conheço, já dizem: ‘Oh, Padre Herbert, bom dia!’ O motoqueiro: ‘Oh, Herbert!’ E cada vez com um abraço que a gente recebe. Essas pessoas conhecem, e reconhecem, e também aceitam esta ligação amorosa marcada pela nossa fé católica. A coisa mais triste você encontrando pessoas que andaram por aqui, e por causa de expectativa de vida, e milagre, passam para outra coisa. Eu não sei os que essas pessoas estão pensando. Tem aqui Cristo presente.”

 

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“Vamos todos rezar também por mim, por Padre Marconi, Padre Laurindo, que nos sentimos bem no seu meio. Não somos perfeitos não, de forma nenhuma. Mas nós precisamos de gente generosa, que tenha um coração que arde por nós que estamos aqui dando a nossa vida para vocês poderem fazer a experiência, como aos poucos estou fazendo, que Deus me ama. Isso também desejo para vocês. Muito obrigado pela presença, pelo cântico, pelas orações.”

 

Após seu agradecimento, todos da assembleia aplaudiram nosso querido Pe. Herbert, que, após a missa, recebeu o cumprimento dos fiéis presentes na Matriz.

 

Clique aqui para ver a cobertura fotográfica completa.

 

Texto: Alisson Faria / PasCom Sagrada Família

Fotos: Gisneia Lais / Pastoral Familiar